“O importante é que… estamos acordados agora e esperamos continuar assim por muito tempo.” – Alice “Para sempre.” – Bill “Para sempre?” – Alice “Para sempre.” – Bill É melhor não dizer isso, sabe? Me assusta” – Alice
Irônico ou não esse é um dos diálogos de Nicole Kidman e Tom Cruise em “De Olhos Bem Fechados”, a última obra prima de Kubrick. E ontem tive o prazer de rever no cinema, onde Kidman estava exuberante, Cruise um charme e a trilha sonora perturbante com exceção da sexy “Baby Did Bad Thing”, de Chris Isaak. E a impressão que tive é que em 13 anos não tivemos filmes tão grandiosos quanto esse, é claro que muitos possam discordar dessa afirmação, exatamente por esse não ser um dos mais aclamados filmes do Stanley. Mas é notável que uma direção como essa é coisa rara de se ver nos dias de hoje. A atuação de Nicole Kidman já era surpreendente e até mesmo Tom Cruise que nunca foi um grande ator (especialmente anos atrás), se sobressaiu muito bem nesse filme. Enquanto muitos preferem Laranja Mecânica, eu fico com esse thriller psico-sexual, que é um dos meus filmes preferidos de todos os tempos. Ao rever o filme no cinema, você nota todo o cuidado e coisas que não foram notadas da primeira vez. Na cena em que Tom Cruise é seguido por um cara, ele para numa banca de jornais e lê “lucky to be alive” , e isso faz todo o sentido na situação em que se encontra. Esses detalhes só enriquecem o filme. A cena do espelho, em que Cruise e Kidman se beijam ao som de Chris Isaak, é uma cena muito marcante no cinema, é inesquecível, por mais rápido que seja. É um filme que vai mexer com seu psicológico e deixar você com algumas perguntas no ar, mas acima de tudo é um filme épico.